Porquê a violência vende tanto?

Nos últimos dias tenho me espantado com os comentários da mídia sobre o caso da menina. Já vi de tudo, desde os pais sendo presos e, ontem, pasmem, um jornalista com uma prancheta fazendo "achismos" pisicológicos acerca da personalidade dos pais da menina. E não pára por aí, também os programas matinais de culinária têm abordado insistentemente esse caso.

Por exemplo, imagens dos pais em locais públicos, o que isso acrescentaria para o caso? Acredito que nada, então a mídia quer mais do que a solução do caso, quer fazer disso sua maior audiência, quer pontos e tratar seres humanos como objetos. A mídia não aprende com seus erros, parte dela me dá náusea. Tenho feito uma maratona com meu controle remoto para fugir desse escárnio, mas por vezes não adianta. Isso é sufocante.

O pior é que vejo as pessoas nas ruas reclamando, mas a a maioria dos veículos continuam a ignorar nossa inteligência.

Também não aguento mais a mídia explorando o caso Isabella. A vida de toda a família e da vizinhança deve estar um inferno. Acho que devem ser apurados os culpados. Mas o que toda a mídia está querendo fazer é vender, vender e vender notícias. Casos terríveis de crianças morrendo de dengue deixaram de ser comentados. Essas crianças têm menos valor? Tanta coisa para se questionar que afetam a muito mais pessoas não são comentados e o caso da Isabella está em toda a mídia.

Tal fato me assuta. O assassinato da menina Isabela me deixou realmente estarrecido. Na verdade, toda essa violência me deixa bastante chocado. Mas me choco mais quando me deparo com tais fatos sendo veiculados na mídia em forma de espetáculo, banalizando o mau. É como se o mundo estivesse vivendo a violência como algo natural, que convivemos dia-a-dia sem muita preocupação. Exite uma pergunta que faço sempre a mim mesmo mas que nunca consigo responder: Porquê a violência vende tanto?

Quem se lembra do caso João Hélio? Daqui pouco tempo infelizmente ninguém se lembrará de Isabella. Como também não se lembrará de Maria, de João, de Paulo, de Taís... Muitos casos "isabella" ainda acontecerão e o resultado como sempre é a indignação pífia e fundação de ongs.

Segue abaixo uma homenagem para Isabella e João Hélio, que estejam em um mundo mais justo e seguro do que este.

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